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“Não é possível reparar mais tarde o que o educador negligenciou fazer durante o Primeiro Setênio”
Rudolf Steiner
A criança pequena é inteiramente força de vontade e seu primeiro ato de coragem é vir ao mundo e este mundo deveria ser descortinado aos poucos, com muita responsabilidade, respeito e sabedoria, pois a criança se entrega a ele com confiança ilimitada.
A adaptação ao mundo durante os três primeiros anos de vida é base de todo seu desenvolvimento posterior. É neste momento que ocorrem as três principais conquistas do ser humano: o andar, o falar e o pensar. Estas conquistas são o fundamento de toda existência humana e só podem ser aprendidas em contato com outros seres humanos.
Após esta tarefa estar parcialmente cumprida, aparece o primeiro momento da consciência em que a criança se percebe como individualidade, usando a palavra EU.
“Nos primeiros três anos de vida aprende-se mais do que em
todos os seus estudos acadêmicos”
Jean Paul F. Richter
Neste primeiro setênio, o organismo está em plena formação. Todos os órgãos precisam de energias vitais para que se desenvolvam completamente saudáveis. E a criança emprega todas as suas energias para o desenvolvimento de seu físico.
Até os sete anos, as crianças são “esponjas”, captando tudo que está ao seu redor. Absorvem sentimentos e pensamentos, são imitadores precisando, portanto, de bons exemplos, ambiente seguro e caloroso, ritmo, entusiasmo. Para elas o mundo é bom e a infância acontece.
É por experimentação que a criança aprende, por tentativa e erro e pelo princípio da imitação. A imitação é a grande força que a criança de primeiro setênio tem disponível para a aprendizagem, inclusive a do falar, a do fazer, do adequado ou impróprio no comportamento humano.
Atualmente, a criança precisa ir cada vez mais cedo para a escola e a Educação Waldorf procura recriar o ambiente caloroso do lar, um espaço adequado para o convívio social, e também dar, a cada criança, o tempo necessário para seu desenvolvimento. Ela necessita de tempo e suas habilidades devem amadurecer de maneira duradoura.
O Jardim de Infância não é uma sala de espera, onde nada ocorre e só se mata o tempo, é um local efetivo de aprendizado. Não o aprendizado intelectual, pois este retira as forças vitais que são necessárias para a formação do organismo humano, mas sim, o aprendizado para a vida.
As vivências são feitas em ritmo orgânico (contração e expansão) e repetidas diariamente, para trazer segurança e desenvolver hábitos saudáveis.
O brincar é de extrema importância. Nele a criança vai adquirindo experiências e vivências com as quais vai aprendendo a se situar e se comportar humanamente em seu meio ambiente. Ele é tão importante e sério como o Trabalho é para o adulto.
Se o adulto apóia essa força de vontade, dando espaço para a criança brincar sadiamente, quando ela se tornar adulta, também terá vontade de agir e transformar o mundo. O brincar da criança oferece ainda a oportunidade dela desenvolver a fantasia e a imaginação, importantes precursores do pensar racional.
O brincar livre, parques, tanques de areia, terra, água, materiais naturais, fazem parte deste desenvolvimento sadio na primeira infância, ao invés de TV, jogos eletrônicos, brinquedos prontos que não oportunizam o desenvolvimento da fantasia e imaginação, ao contrário, sobrecarregam de informações desnecessárias e impróprias para a fase.
Nesta fase, a criança emprega todas as suas energias para o desenvolvimento de seu corpo físico e manifesta toda sua volição através de intensa atividade corporal. O respeito ao próximo, cuidar do ambiente, o fazer (pão, comida, limpeza, costura, desenho, pintura, tricô), a gratidão, os contos de fada, a música, as festas anuais, fazem parte do ritmo e aprendizado vivenciados na Pedagogia Waldorf e contribui profundamente para o desenvolvimento completo de um ser humano livre e aberto para a vida.
Rosa Crepaldi, Profª do Maternal na Escola Waldorf Francisco de Assis de 1992 a 2016.
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